Miguel Ângelo

Quem sou eu

sábado, outubro 01, 2005



Arranca-me tempo…
Arranca-me luz…
Arranca-me gritos que um dia farão eco nas caixas vazias que teimas vazar,
Que teimas mostrar.
Porque me arrancas mais se o menos já se foi?
Porque não esperas que o sangue vá na corrente que agora fizeste saltar?
Mata-me menos.
Porque me cansas de esperanças bicudas?
Porque te afias? Porque me afias tanto se no entanto não sabes de onde vieste?
Porque é que trouxeste essa peste pintada de velho?
Não sei mais de passos um dia mais limpos,
Não sei mais letras um dia mais juntas,
Não sei mais de nada que um dia quis tudo.
Mata-me menos…
Ao menos pensa na forma da norma da tua violência,
Coerência,
Preferência…
Ao menos mata-me só…
Não dês facadinhas lembradas de antes…

Miguel Ângelo