Miguel Ângelo

Quem sou eu

sexta-feira, novembro 04, 2005




Pegaste confiante num aliado ao teu poder.
Sem me aperceber vi-te fogoso
Ensaiando o passo nervoso que ninguém viu proceder,
Em brasa passavam-te ideias, sentidas ás magoas que fizeste conhecer,
Não temo coisas feitas, destinos, derrames, enfeites deslavados um dia escritos, cravados.
Fizeste fogo pegar, ao mar que nada lembra,
Ao céu que se aposenta,
Ao tempo que se enfrenta ao ver-te casado com labaredas acordadas ás horas registadas.
O teu fogo cheirou-me a seco,
Não tinha molho,
Não tinha vento.
Não foi forte essa "morte" que trabalhaste,
Constato que falhaste três madeiras na lareira,
Foste tu e a tua cadeira que penderam p'ró lado feio,
Não estou no meio mas anseio que serei virtude aos olhos de quem te ouviu,
Vão pena ter ao conhecer que a chama morre à vista cheia,
Em plateia surda ás interferências mudas que fazes parecer.
Aborrecido é repetir,
É de novo teres que ouvir,
Que o fogo não te beija, só te aleija braços direitos,
Abusos feitos/desfeitos.
Prazer é repetir,
Que não me queimas dedos limpos desejosos por não te tocar...


Miguel Ângelo