Miguel Ângelo

Quem sou eu

quinta-feira, março 29, 2007



Padecemos de forma elegante e subtil.

A penumbra dos raios solares vai afectando a cidade,
Esta noite não houve chuva, o rio não “tá di saco cheio”,
Os robôs flutuantes passam igualmente, voltam as gaivotas.
Vão passando os primeiros comboios, existem camas de pedra ou de madeira,
Já não se vê o fumo dos cigarros,
Acabou o bolo de chocolate,
Ainda sinto tudo e padeço contigo de forma engenhosa.

Um excesso de rotina apazigua
O sono que foi degolado.
Enrolam-se no corpo as linhas desenroladas, arrumam-se arrumadas as bagunças balançadas.
Já não há tempo de novo, e ainda agora voltou a nascer.
O perfume espirra de segredo, sente-se a prancha de primeira saída.

Humedecida a pele de carisma matinal,
sobem desafios à mente e eu desço os primeiros degraus.
Orvalho e aragem de prisma banal,
Coragem,
Corrida,
Mirada,
Jornal.
Sinais sonoros ensopados diariamente sem pormenor,
Pressas despercebidas,
Um expresso navegar para o outro lado.

A vista de pedra não pede atenção,
Passamos bem rente no meio das gentes que dizem que não,
Um tanto ou quanto multidão,
São cores e corpos que vão e regressam.

Padecem as mentes,descontentes, que trazem de volta as horas que foram.

Miguel Ângelo