Miguel Ângelo

Quem sou eu

domingo, outubro 23, 2005



Lancei-te...
Lancei-te livre sorrindo ao rio,
Abri-te os braços e fiz-te sorrir.
Fiz de ti tecido branco reflector de paz vazia,
Magia,
alegria...
Fiz de ti um grito brando que aquece/arrefece tempinhos sem papel.
Foi em mel a chuva que caiu sobre ti quando giravas ao sol,
Foi sonhando que encontraste o ritmo que te dei/me deste,
Fizeste gotas de algodão claro,
É doce e não paro, de querer, de prová-lo...
Quiseste escutar maresia dourada, mais ninguém ouviu,
Ouvi-te eu estafada, cansada,
Lembrada de voos que as tuas asas sempre criaram,
Sempre deixaram que as nuvens beijassem o que tens em prazer humano.
Engano foram as ondas que barulhos te encaixaram.
Deixa-las enrolar e guardar a espuma que deitas, baterem nos rastos que enfeitas. Eu vejo que babo ao teu brilho que ofusca,
Quem busca é flexível ás notas mais limpas, distintas,
Como pintas tu essa ideia sagrada?
De entrada tomo teu sono/meu sono sonhando em ti,
Saltando em teu tema te encontro e retenho,
Não tenho problema,
Não tenho rebanho. Sou só o que tu sorriste sozinha.
Luzinha essa que olhas tem cores atadas?
Não temo que sejam. Despejam na mesma as cores precisas,
Que frisas pintando na tela concisa
Pincelando cociguinhas focadas...
Roda lançada ao suporte que queres,
Roda ritmada à música que fazes,
Roda animada ao mundo que trazes...


Miguel Ângelo