Miguel Ângelo

Quem sou eu

domingo, outubro 30, 2005



Tu que abres caixinhas de música viva,
Deixas fugir sonhos forrados,
Deixas que os olhos se escondam em caixas, e baixas as ondas que te querem guardar.
Enceras desejos redondos que os outros preferem sentir,
Escorregas e pegas no brilho das vozes que ouves,
Que pegas e entregas aos teus cofres de cartão.
É curta a luz que te faz ver,
Que te faz ouvir pianos fundidos em violinos elevados.
Não te entendes de perto com o foco que te deram,
Encontra-te ventinho mágico que abres caixinhas de música viva,
Que fazes disso tempo banal e não sabes,
Não cabes no espelho que os outros fizeram.
Rebate os planos e vê-te de novo,
Enrola os temperos que puseste no bolso e
Não uses carvão falso p'ra desenhar o que sentes,
Tu mentes em manchas coerentes.
Por favor não tentes que o som seja de plástico,
Tu és ventinho mágico que abre caixinhas de música viva.
Não sei porque tapas o frio que não tens.
O que te envolve é suave
São paredes limadas ás formas que deitas...
São perfeitas ao teu campo espelhado,
Que permite a fuga de danças intensas que envolvem segredos de papel. Tu que abres caixinhas de música
Acorda antes de mim,
Acorda antes do eco que o teu sono vem trazer...

Miguel Ângelo