Miguel Ângelo

Quem sou eu

quarta-feira, outubro 12, 2005




Nasce o sol que afogenta os seres escondidos de sombras e tempos que a noite traçou, e os lençois sabem a mentol...
Depois do abafo das cores que a lua alta e escondida deixou para que a força fosse perfeita,
depois do intenso grito que A ousadia desejou,
depois de uma luzinha inegualável ter emigrado de prazer, dançando molhada, escorregando deitada, beijando fechada, gritando calada, esperando que o tempo não urgi-se.
Pelas rugas mais decadentes da janela do lugar, a luz entra sem perguntar.
A mesma rasga um sorriso no enocente, que abre de mansinhu as palpebras soadas de alegria.
O outro, perde as palpebras no escuro do silêncio. Não dá conta que a emoção trouxe um passo do visinho.
Uma nova luz,
um novo deslizar,
Novos sons que os dois ouviram cantar, e os lençois sabem a mentol...


Miguel Ângelo