Miguel Ângelo

Quem sou eu

terça-feira, novembro 08, 2005




Eu pinguei.
pinguei gotinhas de mim
Na noite em que o copo despeja,
Na noite que seja,
A gota que beija, que pinga de mim.
Pinguinhas de mim sonhadas por ti,
São gotas lavadas na lama,
São sexo,
São cama.
Eu que pingo
Na volta,
No chão,
Domingo
Ou não. Não molho o segredo que metros separam.
Não caio de medo,
Não caio mais cedo,
Não espero que o cubo me faça redondo,
Não espero se quero
Que a nuvem não passe.
Pinguinhas de ti, sim.
De mim são mentidas,
São rasgadas, são nascidas.
São gotas de ti que deito no leito que um dia nem tenho.
Mergulho no prado,
Do douro,
Do Sado,
Do Tejo encostado.
De mim é uma,
É o caminho que costuma,
É viagem,
É deslize,
É viragem que tive.
São por ti atraídas,
Por ti saídas
Entradas em vidas que fazem andarem.
Acesas te amam
Por terras que tramam.
Acesas me apagam
De estragos de tempos
Em que os sonhos murchavam.
São pingas distintas,
Unidas ao primeiro soltar. . . .


Miguel Ângelo