Miguel Ângelo

Quem sou eu

domingo, dezembro 18, 2005




Rende-te...
O destino criou-te lindinha.
Segura ao tempo pensavas ser,
Segura é pedra que parte e não grita.
Pensavas crescer no topo,
Foi topo o altar causador de moles quedas.
Lá de cima a vista era imunda, só não era o mundo que vemos melhor,
Queres sair?
Rende-te ás sombras que puxam estalinhos de Outono,
Percebe que o sono é um sonho perdido,
É visita esvoaçante nos braços do Mundo.
Ameaças presentes no teu reino exterior,
Ou cais viva ou te partes em odores descartáveis.
Não são maleáveis…
Nas traseiras do vento o senhor Bento já se rendeu,
Nas traseiras da feira a senhora Oliveira …
Resistes e morres lutando?
E o bando que passa e te emborca na hora de enfeite?
Não sei se não deite esse rigor imaculado.
Rugidos de cima que voltam gigantes,
O clima e as cores não são como dantes que a chuva bailava e as quedas fugiam,
Por isso rende-te.
Desfolhadas inesgotáveis…




Miguel Ângelo